Oramos, com tanta urgência, que nos esquecemos para quem oramos.
Determinamos, como se não soubéssemos quem é realmente o Senhor.
Será que não é mesmo mais prudente dizer seja feita a sua vontade? Mas achamos pouco, queremos dar o palpite.
Oramos: Senhor me ajuda a passar neste teste, ou então manda logo este ônibus. Falamos como se do nada, o ônibus, fosse romper o transito só porque eu pedi a Deus e Ele vai mesmo fazer com que em vez de ônibus, eu vá de helicóptero.
Doce ilusão!!! E ainda atribuímos a Deus, o mérito de ser tão prontamente atendida, ou caso contrário, atribuímos a vontade de Deus, o atraso do ônibus. Olha, olha!!!
Enquanto isso o irmão da nossa Igreja, que mora na nossa rua, que já pensa em um caminho alternativo, passa por mim, e me vê no ponto do ônibus, e não me oferece uma carona.
Ai é a hora de orar de novo: Senhor dá um carro!!!
Deus é Deus e se importa conosco, e nos vê o tempo todo.
Acreditamos em Sua Palavra que nos garante que Deus nem dorme, e nem cochila, nos guardando o tempo todo. Então erroneamente, oramos: manda logo o ônibus. Será que não está mesmo na hora da gente crescer e entender que Deus pode mesmo intervir nas leis pre determinadas por ele? Afinal Deus tudo pode, mas não seria o caso de pedir a Deus dá-me tranquilidade, pra que eu espere o ônibus, afinal o trânsito é mesmo intenso neste horário? Muitas de nossas orações são mesmo reflexo de nossa ansiedade e falta de fé.
Oração, não é um desabafo! Não é uma sugestão a Deus de como Ele deve agir? Jesus quando nos ensinou a orar, Seus pedidos foram: " Venha o Teus reino, o pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoa as nossa dívidas, proporcionalmente a que perdoarmos, não nos deixe cair em tentação, livrando-nos do mal.".
Penso que Ele assim disse pois passar fome é e sempre haverá quem há de passar. E mesmo passar fome é algo terrível, mas em contrapartida, a fome só é terrível quando passamos por ela. Somos capazes de passar por um faminto e simplesmente o ignoramos, como se ele fosse invisível. Ou então com uma santidade tão grande que, pensamos no nosso íntimo: ele está assim porque não confia em Deus, ou porque se ele estivesse na Igreja como eu, tudo seria diferente pra ele.
Nos esquecemos de Lázaro que, jazia a porta do rico. Será porque Deus nunca tirou Lázaro daquela situação? E ainda acabou por deixá-lo morrer na miséria? Penso que a parte de lázaro mesmo, era comer das migalhas do rico. Imagina! Finas iguarias!
Muitas vezes, não valorizamos o que possuímos, e achamos que comer das finas iguarias caídas da mesa do rico é humilhante, e que como somos filhos de Deus, que é o dono do mundo, só nos cabe uma vida abastada, onde tudo deve ser só pra o deleite da nossa vaidade e orgulho.
Deus não pensa como nós!
E pensar como pensa Deus, pode ser contrário a tudo que se prega, ou que temos ouvido nas Igrejas.
Precisamos mesmo pensar, em como estamos orando, e utilizando nossa fé.
Realmente cremos quando não há figos na figueira? Quando só nos sobram migalhas? Quando perdemos nossos bens e filhos assim como Jó e sua mulher?
Não quero com este texto fazer apologia a miséria e a pobreza, mas Jesus bem que poderia ter levado como homem uma vida em palácios e de muita riqueza, será então porque foi tão pobre?
Prece muito difícil orar assim:
"Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume;" Prov. 30 :8
Magali.
OBS. Escrevi este texto agora pela manhã, logo ao amanhecer, junto com as luzes desse novo dia. Nasceu junto com a misericórdia de Deus renovada. Talvez este seja um dos motivos de precisarmos de uma misericórdia novinha a cada dia. 03.08.2010
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