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Soldados Feridos

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sábado, 3 de abril de 2010

Família.

Sabe o dia em que for muito natural ver alguém jogado na rua, sei que deixei de ser humana.
Não pode ser natural, não, não, não pode.
Ontem vi um homem deitado, literalmente no meio da rua, e ele se arrastava. Pedi-lhe que saísse da rua, que ele corria risco de ser atropelado. Olhei nos seus olhos e não posso esquecer, de que eu estava de pé diante dele e ele me olhava com seus olhos azulados.
Olhava para ele e via Jesus, e ele me olhava e me dizia com dificuldade, irmã, eu vou sair.
Então ele me disse que estava com fome, e que queria mesmo é comer algo.
Perguntei-lhe se ele bebia, ele me disse que não, e que quando podia ia a Igreja Evangélica.
Aonde estamos? É bem típico nosso, fazer de conta que não vemos o que não é invisível.
Muita gente está ajudando moradores de rua, mas ainda há muito a fazer, a começar pelas famílias.
O filho pródigo, também saiu de casa, atendendo ao apelo do mundo. Quem sabe dos seus conflitos internos? Mesmo o pai sendo um bom homem, talves tivesse problemas de comunicação com os filhos.
O fato é que quando o filho desejou sair de casa levando consigo sua herança, o pai lhe concedeu.
Parece que o pai cedeu com muita tranquilidade, sem questionar, mas seu coração não deixou de aguardar o retorno do seu filho.
Mas e o outro filho que ficou?
Parece que eles não falaram e não resolveram também algumas questões. Pois quando o irmão voltou ele se indignou.
Não era pra ele ficar feliz, pelo o irmão voltar pra casa?
Pois é ele não ficou.
Seu emocional também não estava resolvido.
Começo a ver o lado emocional das pessoas da Bíblia. E sabe cada uma tinha o seu lado emocional. E as vezes nos esquecemos disso.
O negócio não é dar a herança e deixar o filho ir, mas é fazer com que ele tenha um lugar na família de tal maneira, que não se queira ser injusto com ninguém. Um lugar certo para que ele volte um dia.
Talves uma das mensagens seja mesma esta, como o pai do filho pródigo conduzia seu lar.
Um pai, dois filhos insatisfeitos.
Muitas vezes nós como pais sabemos ser justos e generosos com os de fora e não somos na mesma medida com os nossos filhos.
Há claramente um conflito familiar.
E as vezes parece que realmente o pai agraciou mais aquele que se foi.
Muitas vezes o óbvio, pra uns não é para outros.
O Filho que ficou, talves não tenha nunca pensado em usufruir além da sua rotina. Os filhos devem ter a absoluta certeza de que são amados e que tudo que o pai tem é também dos filhos, incluindo o amor e a atenção dos pais.
Vejamos que o filho pródigo desejou voltar não como filho, mas como empregado. Será porque?
Quem sabe ele não tivesse a absoluta certeza de que era amado o suficiente, para voltar e ser recebido como filho.
Tudo que aconteceu, fez com que o muita coisa se resolvesse naquela família.
O pai teve a oportunidade de conversar com cada filho e mostrar o lugar importante que cada filho tinha no seu coração e na família.
O fato é que o filho pródigo acabou gastando mesmo parte da herança do pai lhe deixaria e quando ele volta ele passa a usufruir da outra parte que não lhe caberia por justiça. Porém com atos de amor, dividir, repartir é a palavra em família.

"O que é meu também poderá ser seu, se você precisar"

Magali.

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