Em 1978, saí da minha terra natal Belo Horizonte- MG, e fui a João
Pessoa- PB, a fim de estudar no Betel Brasileiro. Naquele ano eu faria 18 anos.
Lembro-me que naquela época meu aniversário caiu em um domingo. Para mim foi um
dia atípico, pois pela primeira vez passava este dia longe da minha família, da
Igreja, e dos amigos.
Passamos o dia no Campo Missionário, e a noite as colegas que queriam ir
a alguma Igreja, poderiam ir, mas que optasse por ficar no Betel, participariam
de um culto doméstico.
Estes cultos geralmente em uma das salas de oração.
Assim foi. Fiquei para o culto doméstico. Em certo momento a líder
disse: Hoje Magali faz 18 anos vamos orar por ela, e pediu a Dona Ernestina Holmes
para orar por mim.
D. Ernestine Holmes, era Canadense foi uma das fundadoras do Betel
Brasileiro. Naquela época ela já estava idosa e doente, mas ainda andava e
quase não falava. Ela tinha problemas nas articulações, e por vez estava
inchada. Soube que era artrite.
Pois bem, ela se ajoelhou e orou por mim. Aquela atitude, muito me
comoveu. Ela orar não foi o caso, mas ela se ajoelhar com tantos problemas em
suas articulações, foi o detalhe. Sei que Deus a teria ouvido de qualquer
jeito, mas ela se ajoelhou, não como sacrifício, mas como atitude de quem sabe
com quem está falando. Ela se colocou humildemente de joelhos para orar por
mim.
Esta foi minha leitura. Só Deus sabe o que realmente foi. Para mim, este
episódio, marcou como presente de aniversário. Sabia que nunca mais seria como
antes. Eu fui escolhida por Deus, para ser missionária, e que estar no lugar em
que Deus deseja, esta é a prioridade.
D. Ernestine, Holmes, foi exemplo de dedicação, fé e abnegação.
Infelizmente pude acompanhar ao longe a evolução de suas complicações
físicas, no que resultou na sua morte.
Ontem uma pessoa amiga, me visitou. Pra. Socorro, ela veio orar por
minha família. Leu um texto Bíblico, nos orientou e se ajoelhou e orou por nós.
Ao agir assim me lembrei de D. Ernestina. Duas situações. Mas a mesma
atitude.
Agradeço a Deus pelo privilégio de ver os que oram por mim, e por não ver
os que oram e eu sinto que oram. Sinto às vezes, que não vou conseguir, e sinto
imediatamente que há gente orando por mim, e prossigo.
Sinto- me com missão cumprida, e que não há mais o que eu faça que seja
algo que só eu possa fazer.
Porém ainda estou aqui, e ainda estou.
Partir seria infinitamente melhor, assim não consigo entender estas
pessoas que estão concentradas nas riquezas deste mundo.
Minha esperança para a eternidade me faz ansiosa. Porém entendo que a hora
chegará.
Assim na minha partida, saibam que fui feliz, não porque conquistei este
mundo, mas pelo contrário eu o perdi, perdi este mundo para adquirir "A
Pérola de grande valor." Jesus. “Ele é tudo que preciso.”
Magali Ferraz
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